Autor: Graeme Sinsion
Editora: Record
Páginas: 320
Sinopse: Para se ter a vida de Don Tillman, não é preciso muito esforço. Às terças-feiras come-se lagosta com salada de wasabi (seguindo um roteiro com refeições padronizadas que evitam o desperdício de ingredientes e de tempo no preparo); todos os compromissos são executados de acordo com o cronograma – alguns minutos reservados para a prática do aikido e do caratê antes de dormir; uma hora para limpar o banheiro; três dias da semana reservados para suas idas à feira – e se, apesar dessa programação, algum desagradável contratempo surgir em sua rotina, não há nada que não possa ser solucionado com meia hora de pesquisa científica. Exceto as mulheres. Até o momento, a única coisa não esclarecida pelos estudos no campo de atuação de Don, a genética, é o motivo para sua incapacidade de arrumar uma esposa. Uma namorada ao menos? Ou até mesmo uma amiga para somar ao seleto grupo de amigos de Don, formado por Gene, também professor na universidade, e a mulher dele, Claudia, psicóloga e esposa muito compreensiva. Para solucionar esse problema do modo mais eficaz, Don desenvolve o Projeto Esposa, um questionário meticuloso que irá ajudá-lo a filtrar candidatas inadequadas a seu estilo de vida: fumantes JAMAIS, e mulheres que se atrasam por mais de cinco minutos ou que usam muita maquiagem estão fora dos critérios pouco flexíveis que o levarão à mulher ideal. O único problema é que um questionário desse tipo exige tempo e dedicação, duas coisas que começaram a diminuir exponencialmente no cotidiano de Don desde que ele conheceu Rosie: fumante, vegetariana e incapaz de chegar na hora marcada. Ou esse era o único problema até Rosie entrar na vida de Don e – despretensiosamente, uma vez que ela nunca se candidatou ao Projeto Esposa – mostrá-lo que a mulher ideal não existe, mas o amor, sim.
Um ano atrás, vagando na Submarino, vi esse livro. Achei a capa bonitinha. Senti uma vontade de ler. O caso é que nem fui procurar saber sobre a obra. Não li sinopse, resenhas, na-di-nha. Decidi me jogar na leitura de cabeça mesmo. Baixei o PDF e li numa tarde só. No mesmo dia escrevi uma resenha do tipo "fangirl"sobre ele, e acabou que comprei o livro por tê-lo amado e o adicionei à minha estante. Ficou ali. Mas esses dias fui limpar meus livros, o bendito dia da faxina, e acabei fixando minha atenção nele. Peguei-o na mão, folheei, cheirei e quando dei por mim, lá estava eu relendo o livro!
Bom, como deu para notar pela sinopse, temos como protagonista o Don, que também narra toda a história. Don Tillman tem 39 anos e é um professor universitário de genética. É um homem de lógica e ciência extremamente inteligente no que faz e ensina, e é excêntrico em sua forma de viver, além de apresentar uma gigantesca dificuldade de se relacionar socialmente com as pessoas. Lembra muito um Sheldon Cooper da vida.
Fora o fato de que ele não consegue entender as emoções e muito menos expressá-las. Sentimentos como amor, compaixão, tristeza, angústia, são totalmente desconhecidos pelo professor. Vive tudo rigidamente, sem querer arriscar sua rotina com hábitos muito bem definidos e repetitivos. Para ele, o mundo a sua volta pode ser explicado e conhecido com uma profunda e científica pesquisa. Isto até que ele decide ter uma companheira; uma esposa.
E aí se inicia a grande aventura de sua vida: a busca pela esposa perfeita, ao seu nível, com todos os quesitos que ele procura não sendo, JAMAIS, fumante, mulheres que se atrasam e que usam muita maquiagem, e é claro, que seja inteligente. E tudo isso através de um questionário que o levará à escolha final.
Creio que encontrei uma solução para o Problema Esposa. Tal como acontece com tantas grandes descobertas científicas, a resposta parece óbvia quando analisada em retrospecto. Mas, se não fosse por uma série de eventos não programados, muito provavelmente eu não a teria descoberto.
Vamos parar para um momento de reflexão: A busca pela esposa perfeita? Perfeita. Perfeição. Esposa. Nível. Que não se atrase. Que não use muita maquiagem. E através de um questionário. Cadê o amor nisso tudo? O mais importante! Ok. Don é doido, vamos admitir.
Você pode até me perguntar: "Nossa, ele não fez isso!" .
Sim, ele fez.
E é isso que deixa o livro muito mais engraçado. É o fato de Don ir em busca de uma parceira e acabar se deparando com uma garota totalmente fora de seus padrões e descobrir que não regras no amor.
Amar é ter um sentimento profundo por outra pessoa, um sentimento que muitas vezes desafia a lógica.
Rosie é fumante, vegetariana, atrasada nos seus compromissos, totalmente emotiva e problemática. Ela não é, de cara, candidata ao posto de parceira de Don, mas cria um vínculo com ele. E aí se inicia o romance. Nisso, estamos nós, os leitores, tentando imaginar Don, o cara todo regrado e perfeccionista com uma garota do tipo de Rosie ao seu lado.
E o duro é que dá! Começa a ver o filminho mental a todo momento.
Eu convidei você para vir aqui esta noite porque, quando percebe que quer passar o resto da sua vida com alguém, quer que o resto da sua vida comece o mais rápido possível
Um ponto positivo no livro e que tenho que deixar em evidência é o fato da narração. Você pode se perguntar: "Nossa, um personagem masculino meio que excêntrico narrando a história? Isso não é chato?"
Não, não é. A maneira que Don narra é divertida, pois ele é tão excêntrico, tão excêntrico, que é impossível não rir no livro. Garanto que você não achará ou detestará a narração. Além disso, temos o vocabulário. Eu confesso que simplesmente pirei, já que o que mais me chama a atenção no livro é o vocabulário dinâmico. Então só tenho elogios ao autor nessa parte. Confesso mais uma vez que me senti culta lendo O Projeto, hihi.
Uma curiosidade: o livro foi feito como roteiro para filme. Até ano passado havia boatos da produção cinematográfica do filme, mas não encontrei nada referente. Eu agradeceria se tivesse o filme, mas, contudo, entretanto, não há mais nenhuma notícia. #Choremos.
Por fim, vou deixar a vocês o vídeo que a editora lançou para divulgar o livro.
E aí, se interessou nele? Acha que vale a pena ler? E você que já leu, gostou do Projeto Rosie? Espero que sim!