Autora: Karen Harrington
Páginas: 256
Editora: Intrínseca
Sinopse:Você nunca conheceu ninguém como Sarah Nelson. Enquanto a maioria dos amigos adora Harry Potter, ela passa o tempo escrevendo cartas para Atticus Finch, o advogado de O sol é para todos. Coleciona palavras-problema em um diário, tem uma planta como melhor amiga e vive tentando achar em si mesma sinais de que está ficando louca. Não é à toa: a mãe tentou afogá-la e ao irmão quando eles tinham apenas dois anos, e desde então mora em uma instituição psiquiátrica. O pai, professor, tornou-se alcoólatra. Fugindo da notoriedade do crime, ele e Sarah já se mudaram de diversas cidades, e a menina jamais se sentiu em casa em nenhuma delas. Com a chegada do verão em que completa doze anos, ela está cada vez mais apreensiva. Sente falta de um pai mais presente e das experiências que não viveu com a mãe, já se acha grande demais para passar as férias na casa dos avós, está preocupada com a árvore genealógica que fará na escola e ansiosa pelo primeiro beijo de língua que ainda não aconteceu. Mas a vida não pode ser só de preocupações, e, entre uma descoberta e outra, Sarah vai perceber que seu verão tem tudo para ser muito mais. Bem como seu futuro.
Eu estava em um daqueles momentos de querer ler, mas não saber o quê, só que quando vi esse livro, acabei escolhendo-o. Não li nenhuma resenha dele, nem mesmo a sinopse, fui sem saber sobre o que seria a história, mas não me arrependi. Assim que o terminei, senti uma enorme necessidade de comentar sobre o livro com alguém e, dessa forma, decidi resenhá-lo aqui hoje.
Uma das coisas que achei mais impressionante no livro foi a personagem principal. Talvez por eu ser mais nova (sou apenas 3 anos mais velha que Sarah), consegui entendê-la ainda mais do que uma pessoa que já está, por exemplo, nos seus 20 anos entenderia. Ainda assim, seus pensamentos, de certa forma, são comuns a todas as pessoas, o que torna possível pessoas de todas as idades e tipos de pensamento se identificar nela.
Nem todo mundo reage às palavras da mesma maneira. Algumas são palavras-problema. Uma palavra-problema muda a expressão da pessoa que a escuta. Amor pode ser uma palavra-problema para algumas pessoas. Loucura também.
Além disso, achei bem atrativo esse interesse dela pelas palavras. Mesmo que sejam palavras que já conheço, as situações em que eram usadas, faziam com que elas tomassem um significado maior, sabe? Uma importância maior. Sei que, na vida da Sarah, tem algumas situações que dificilmente irão acontecer conosco, mas ela é tão identificável. Os pensamentos, as atitudes (por mais infantis que pareçam em alguns momentos, é compreensível) e tudo mais.
É isso o que eu sou. Uma cripta de segredos. Eles se agitam dentro do meu peito como pássaros engaiolados que querem fugir, mas têm medo de voar.
Não sei se é algo bom, ou algo ruim, mas o modo como Sarah vivia me deu um pouco de angústia. Ela, como uma criança, ter que lidar com tantas coisas assim. Lembrei até de Ender's Game, com Ender tendo que suportar coisas muito (mas MUITO mesmo, no caso dele) além de sua idade. A intensidade das coisas que eles tem que suportar é diferente, assim como os personagens, mas sei lá, não parece algo demais? Não consigo nem me imaginar vivendo e passando pelas coisas que ela, Sarah, passou.
Nunca ouvi falar nada sobre "O Sol é para todos", mas a personagem falava tanto do livro que até fiquei curiosa. Ela escrever tanto no diário, quanto as cartas para o Atticus, fez com que eu gostasse bastante dela, afinal, essa afinidade as palavras (como já falei anteriormente) é algo encantador e ela dar um significado mais profundo a elas tornou-a diferente de outros personagens do tipo.
Quanto aos outros personagens, posso dizer que apesar de não me apegar a nenhum especificamente, achei-os interessantes. Todos tinham uma história por trás de suas atitudes, uma humanidade que eu sempre aprecio quando vou ler um livro. A relação de Sarah com eles também foi bem trabalhada, tanto dela com o pai (que foi incrivelmente real), quanto dela com Finn, o belo e inteligente vizinho, ou com Charlotte, um tipo de garota que poderíamos até encontrar dando uma volta por aí.
Uma coisa que me lembro com certeza é: ela disse que, se eu amar alguém quando mais estiver precisando me sentir amada, bem, aí vai chover tanto amor em mim que eu vou poder mergulhar.
Esse é o primeiro livro para jovens da autora e certamente aguardarei por outros dela. Foi uma leitura ágil (li em um dia), prazerosa e sem nenhuma dificuldade de acompanhamento, pois tudo era bem explicado. Apenas não leia achando que vai ser o livro da sua vida, recomendo-o mais para passar o tempo, mesmo que ele nos faça pensar sobre bastante coisas.
Alguém aí já leu o livro? O que achou? Se não, tem vontade? Não deixem de dizer suas opiniões nos comentários.
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